Eu ia fazer um video pois as pessoas parecem não ter mais muito o hábito de ler. Mas sou bem melhores escrevendo, mesmo porque, é tanto indignação que sinto as vezes, que um video talvez sairia meio ofensivo. E ofender é algo que definitivamente não quero por aqui. Muito pelo contrário. Queremos aliados.
O que percebi é que o que sei pode ser util em Santa Rita, para outras pessoas que, assim como nós, queremos empreender no turismo da região. Eu sei porque as coisas não acontecem aqui, mas parece que ninguém quer ouvir, ou talvez ninguém queira que aconteça.
Quando fazem ações de conscientização, eventos, palestras, chamadas, até acredito haver boa intensão, mas está tudo errado. E vou explicar o porque:
Não adianta fazer viagem com uma dúzia de pessoas para outra cidade onde o turismo está funcionando. Não adianta pagar pra influenciador de terceira idade ou pedir ajuda ao Sebrae pra dar treinamentos. Temos pessoas interessadas nesses cursos e experiências, mas essas pessoas, que estão fazendo cursos, palestras, visitas técnicas, provavelmente não vão seguir com seus projetos por um detalhe simples: Não é seguro! Essas pessoas têm receio de investir energia no turismo duvidoso da cidade. E é muito compreensível esse medo.
Nós entendemos esse movimento da administração de promover essas viagens técnicas, esses cursos, palestras e tudo mais. Eles querem dar exemplo de como as coisas funcionam lá fora e como poderiam funcionar aqui. Mas está muito claro que NÃO ADIANTA! Pois não é esse o problema principal.
Todos por aqui duvidam do nosso potencial turístico: Quando falamos de qualquer assunto por aqui, sobre pessoas, comércio, índices diversos, infra-estrutura, eventos ou administração pública da cidade, a discussão sempre finaliza com a frase irônica “e ainda dizem que a cidade é turística“. As pessoas simplesmente não confiam nisso.
Mas não adianta você ou o dono da loja da esquina ficar repetindo a máxima que Santa Rita não é turística. Os fatos e circunstâncias não mudam.
A distância da Anhanguera dificulta o escoamento de produção para sermos uma cidade industrial ou comercial. Não temos minérios, nem somos portuários. Mas o Universo nos deu algo muito mais valioso que é a natureza e suas belezas naturais. Cravada sobre uma das 7 chapadas do Brasil, Santa Rita tem muitas cachoeiras e rotas propícias para ecoturismo e turismo de aventura. E se você quiser ganhar dinheiro por aqui, tem que ser pelo Turismo!
Além disso, nossa história é rica e deixou marcas preciosas como as fazendas de café e suas construções, tanto na zona rural quando dentro da cidade. E, embora evidenciamos muito a imigração italiana, a cultura portuguesa presente nas arquiteturas da cidade são uma atração a parte, que encanta a todos que chegam por aqui e deveria ser mais valorizada e explorada.
Mas então, o que seria de fato efetivo para mudar essa mentalidade do santarritense e deslanchar como cidade turística?
O principal ponto para a cidade honrar o título de “cidade turística” é RENDER! Mostrar ao santarritense os benefícios de ser uma cidade turística. E esse benefício é simples e principalmente “ganhar dinheiro“.
A impressão que dá é que a administração pública é a única preocupada em ganhar dinheiro na cidade. Tanto que se preocupa em restaurar pontos turísticos municipais, realiza eventos populares de entrada gratuita (que sabemos, rende dinheiro por outros lados), e grita pelas mídias seus feitos e seus esforços para fazer o turismo rodar. Mas, turismo de quem? Pra quem?
Virando a chave do problema.
É necessário entender que o turismo é atividade econômica de iniciativa privada! O poder público não tem que competir com os empreendimentos de turismo local e sim incentivar a abrir as portas. E quando dizemos ‘incentivar’, não estamos dizendo ‘mostrar exemplos de outras cidades’ , queremos dizer incentivar a abrir as portas mesmo, literalmente.
Porque é aqui que chegamos no ponto crucial da falha do turismo de Santa Rita do Passa Quatro: Portas fechadas!
Não adianta termos uma cidade linda, limpa, cheia de eventos gratuitos e pontos de atrativos turísticos, se as portas estão fechadas. É muito claro para quem estuda o assunto que a porta de entrada do dinheiro em uma cidade turística é o comércio e a iniciativa privada! E aqui o dinheiro não consegue entrar pois as portas estão fechadas.
Logo que chegamos aqui, criei a ACTuS (Aliança do Comercio e Turismo) com o propósito de levantar o comércio através do turismo e vice-versa. Sim, a ACTuS foi uma criação do Mundiato, mas os próprios comerciantes boicotaram a proposta da aliança e tiraram o turismo de cena. A ACTuS virou um circo de ações mal planejadas, sorteios aleatórios sem nenhum fundamento, massageando egos dos afiliados em publicações e programas sem planejamento estratégico. Apenas como armadilha para ganhar mais afiliados que não percebem que um ano depois, está tudo igual. Nem as vendas, nem o movimento aumentou.
O principal objetivo da ACTuS, dentro de nossa gestão, era literalmente abrir as portas para o turismo. Um comércio de portas abertas é o ponto primordial para um turismo economicamente rentável. Porém, abrir as portas em um final de semana é apostar na presença de turistas, e novamente esbarramos no medo, receios e incertezas. A ACTuS foi criada para dar coragem aos comerciantes que não têm incentivo nenhum do poder público para abrir suas portas.
Ficamos tristes pois com nossa saída da aliança, porque o poder público não vai dar esses incentivos e eles continuam sem essa coragem. E como dar coragem para a idade abrir as portas onde sequer a igreja matriz abre as portas nos finais de semana e feriados? O ponto turístico principal da cidade, que recebeu até título de Santuário de Santa Rita de Cássia permanece de portas fechadas..
Para mim, que já estudei e viajei tanto por ai, que conheço tantos lugares e casos de sucesso, muito além de Brotas e Socorro, é muito obvio que a gestão pública deveria parar de gastar com viagens e palestras e planejar a verba do turismo para criar incentivos ao comércio local.
A principal ação que deve ser feita em Santa Rita é sobre conscientização, incentivo e suporte para que comerciantes deixem suas lojas abertas aos finais de semana. Após isso, o segundo passo é facilitar e incentivar novos empreendimentos voltados ao turismo na cidade. Não é fazer para si, criar ou reformar novos pontos turísticos municipais, mas sim criar incentivos para que a iniciativa privada o faça.
Só depois, em um terceiro momento, com a população e os empreendedores encorajados e amparados, ai sim, dar cursos, palestras e promover visitas técnicas.
A ordem é essa! Fazer de trás pra frente, nunca vai funcionar. E esse movimento é urgente pois o santarritense está desistindo de empreender em Santa Rita.
Eu já tinha sido avisado dos desafios de lançar o Mundiato em Santa Rita. E tudo começa pois, existem aqui três fatores que impedem o turismo, o primeiro é sobre as portas fechadas, e os outros dois são tão complicados de se falar que talvez foi onde eu tropecei. Foi por falar sobre eles que talvez o Mundiato não conseguiu se estabelecer por aqui como se estabeleceu em outros lugares. São duas palavras que inevitavelmente soam agressivas e pejorativas, e na escrita, eu consegui revisar, reescrever e evitar dizê-las (embora a disse em um trecho).
Enfim, estamos aqui para lembrar que Turismo é negócio, e como qualquer negócio, tem que sobreviver, tem que dar dinheiro, para enriquecer ou no mínimo se manter. Mas é NEGÓCIO. Assim como abrir uma loja, um restaurante, ou prestação de qualquer serviço, empreender no turismo não deve ser visto como algo diferente de ATIVIDADE ECONÔMICA.
A gestão pública tem responsabilidades e deveres para manter e incentivar a atividade turística na cidade, deve se despir de egos partidários (ops, falei de novo) e planejar essas ações com mais inteligência. Mas a atividade turística deve ser vista primordialmente como atividade econômica privada e particular e cabe ao santarritense parar de responsabilizar o poder público pelo turismo e se apoiar nas falhas desse para justificar a passividade diante de seus fracassos.
O Mundiato está a disposição para assessorar empreendedores que tiverem coragem, e independente das ações do poder público, decidirem abrir ou crescer seus negócios em Santa Rita e Região.
Também nos colocamos a disposição das administração municipal (de Santa Rita e região) para conversarmos melhor sobre planos de incentivo estratégico.
Mundiato
Ações IMEDIATAS
para um mundo melhor
1 Comment
Sua colocação é perfeita
Morei muito tempo fora e voltei a 8 anos
Meu ponto de vista:
– comerciantes nao comprometidos, nao querem sair da zona de conforto ( nao vejo conforto nenhum) ( sinto que acham q prestam um serviço aos clientes, nao enxergam q sao prestadores de serviços, nós clientes podemos escolher)
– funcionários mal preparados, por esses mesmos comerciantes
– horários do comércio rígido
_ da igreja então, ja tive visitas de outras cidades q nao conseguiram visitar, isso num domingo de quermesse
Então juntando tudo isso realmente, cidade turística onde?
Espero q um dia mude, mas nao vejo interesse , infelizmente!